terça-feira, 2 de dezembro de 2008

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

O olhar de Drummond

COMO COMECEI A ESCREVER

Aí por volta de 1910 não havia rádio nem televisão, e o cinema chegava ao interior do Brasil uma vez por semana aos domingos. As notícias do mundo vinham pelo jornal, três dias depois de publicadas no Rio de Janeiro. Se chovia a potes, a mala do correio aparecia ensopada, uns sete dias mais tarde. Não dava para ler o papel transformado em mingau.
Papai era assinante da Gazeta de Notícias, e antes de aprender a ler eu me sentia fascinado pelas gravuras coloridas do suplemento de Domingo. Tentava decifrar o mistério das letras em redor das figuras, e mamãe me ajudava nisso. Quando fui para a escola pública, já tinha a noção vaga de um universo de palavras que era preciso conquistar.
Durante o curso, minhas professoras costumavam passar exercícios de redação. Cada um de nós tinha de escrever uma carta, narra um passeio, coisas assim. Criei gosto por esse dever, que me permitia aplicar para determinado fim o conhecimento que ia adquirindo do poder de expressão contido nos sinais reunidos em palavras.
Daí por diante as experiências foram se acumulando, sem que eu percebesse que estava descobrindo a leitura. Alguns elogios da professora me animavam a continuar. Ninguém falava em conto ou poesia, mas a semente dessas coisas estavam germinando. Meu irmão, estudante na Capital, mandava-me revistas e livros, e me habituei a viver entre eles. Depois, já rapaz, tive sorte de conhecer outros rapazes que também gostavam de ler e escrever.
Então começou uma fase muito boa de troca de experiências e impressões. Na mesa do café-sentado ( pois tomava-se café sentado nos bares, e podia-se conversar horas e horas sem incomodar nem ser incomodado ) eu tirava do bolso o que escrevera durante o dia, e meus colegas criticavam. Eles também sacavam seus escritos, e eu tomava parte nos comentários. Tudo com naturalidade e franqueza. Aprendi muito com os amigos, e tenho pena dos jovens de hoje que não desfrutam desse tipo de amizade crítica.

Fala, poeta!

A EDUCAÇÃO PELA PEDRA
Uma educação pela pedra: por lições;
para aprender da pedra, freqüentá-la;
captar sua voz inenfática,
impessoal(pela de dicção ela começa as aulas).
A lição de moral, sua resistência friaao que flui e a fluir,
a ser maleada;a de economia,
seu adensar-se compacta:lições de pedra (de fora para dentro,cartilha muda),
para quem soletrá-la.
Outra educação pela pedra: no Sertão(de dentro para fora, e pré-didática).
No Sertão a pedra não sabe lecionar,
e se lecionasse não ensinaria nada;
lá não se aprende a pedra: lá a pedra,
uma pedra de nascença,
entranha a alma.
João Cabral de Melo Neto

Palavra Final


Formatação Continuada

Gostei muito do curso “Alfabetização e Linguagem”. Acho que tudo foi preparado com muito amor. Os temas abordados, o material utilizado, a forma como tudo foi conduzido e por que não citar os professores que conviveram conosco carinhosamente o ano inteiro? Fui tudo muito agradável.
Posso afirmar que, pela primeira vez, nos meus onze anos de educadora, fiz um curso patrocinado pela “EAPE” inteiramente voltado para a prática pedagógica do professor. O qual trouxe muitas novidades para mim, enriquecendo o meu conhecimento, permitindo-me inovar completamente o meu trabalho no ofício dessa profissão. Aprendi muito e com certeza esse curso foi o grande marco na minha função de educadora, marcando a minha atuação como o “antes” e “depois” do curso de “Alfabetização e Linguagem”.

O cinema no divã


Filme – Desmundo

Autor: Ana Miranda
Dirigido por: Alain Fresnot – Século XVI
Língua: Português arcaico

A palavra “Desmundo” traz uma desconstrução de mundo real, existente. A História está centrada na mulher e tem como foco o nascimento de uma nova mulher, a qual quebra com todos os dogmas estabelecidos pela fé cristã.
O filme aborda a figura masculina como dominador, senhor de tudo até mesmo da mulher. Esta, como peça reprodutiva.
A temática abordada é o papel da mulher como um ser menor, que não tem escolha. É um ser que só tem obrigação: agradar e submeter-se aos desmandos do homem, seu marido, senhor e dono.
Nele, podemos observar que a sociedade encara como lícito e honroso o homem que domina sua mulher e a tem como propriedade.
Dona Oribela ao passar por muitas atrocidades consegue reverter o quadro de submissão. Com isso realiza alguns desejos, até mesmo sentir prazer. Sentimento que, naquela época, não era permitido a uma mulher.
Mesmo assim, a personagem é subjulgada pelo marido. Ou seja, a película mostra de maneira clara o papel da mulher naquela época: procriar, estabelecer linhagem.
Podemos ressaltar a riqueza de vocábulos do Português arcaico, os quais podemos citar: muita – muitchas;
branca -- blanca
longe -- apartados
padre -- principado
animais -- animálias
aproxime-se -- afronte
Segreda tuas lazeiras = guarda teu sofrimento
Houve várias marcas representado o Português arcaico, no entanto estas ao meu ver são mais significativas.

Como aborda em Sala de aula -- 8ª Série

Apresentação do filme abordando:

Temática Social: submissão da mulher - sugeria uma comparação “Como está a mulher hoje?”
O papel “senhor absoluto dos homens” – pediria a comparação aqui também. “Como está o homem hoje?”
Catequização dos índios;
Evolução da língua - Debate (destaque do filme)
Cristãos – Novos: inquisição – mesmo assim são segregados
Produção de um dicionário com:
Portugês arcaico -- expressões atuais

Reflexão e Ação


Letramento Digital

Esse tema me trouxe um “alerta”, mostrando-me a necessidade de me atualizar nessa área e nessa ferramenta “computador – internet”, pois vejo que o aluno anda bem inteirado nesse assunto.
Confesso que minha prática nesse quesito está defasada, preciso, urgentemente, me reciclar e aprender mais sobre esse assunto, para depois desenvolver idéias e passar a usar o computador como ferramenta de trabalho. E tenho certeza que ele será muito útil na inovação do meu trabalho, que além de enriquecer vai também aproximar mais a relação professor/aluno ou educando/educador.
Concluo reafirmando o que já registrei. Nesse ano de 2008, não inclui na minha prática pedagógica essa ferramenta (computador) como meio de interagir com o meu aluno, porém gostei muito das idéias colocadas no “Curso de Alfabetização e Linguagem”, aprendi muito e no próximo ano com certeza irei utilizar o computador como forma de interação com o meu aluno.